O deputado federal general Girão (PSL/RN) foi afastado de todas as funções que exerce na Câmara Federal pelo presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM). A suspensão é válida por 12 meses e foi feita a pedido do PSL. Além de Girão também foram suspensos mais 11 deputados eleitos pela sigla, entre eles Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República Jair Bolsonaro.
A suspensão dos 12 deputados é mais um capítulo na quebra de braço pelo controle do PSL. De um lado, o grupo do atual presidente da sigla Luciano Bivar; do outro os parlamentares aliados do presidente da República Jair Bolsonaro.
A medida afeta ainda os parlamentares Bibo Nunes, Carlos Jordy, Carol de Toni, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junio Amaral, Hélio Lopes, Márcio Labre, Sanderson e Vitor Hugo, atual líder do governo na Câmara.
Apesar da suspensão, todos eles seguem no mandato.
Com a decisão do afastamento, a bancada do PSL na Câmara diminui de 53 para 41 deputados. Os 12 parlamentares vão recorrer da decisão.
O general Girão integra quatro comissões na Câmara, sendo três permanentes e uma temporária externa. Com a decisão do PSL, Girão estará proibido de participar de todas as comissões.
As três permanentes são: agricultura, pecuária, abastecimento e desenvolvimento rural; relações exteriores e de defesa nacional; e segurança Pública e combate ao crime organizado. Já a comissão temporária permanente é a que trata da crise na fronteira da Venezuela com o Brasil.
“Está longe de aparecer alguém para mandar eu me calar”, diz general Girão
Após a suspensão dos 12 deputados do PSL ser divulgada pela mídia, o general Girão gravou um vídeo e publicou em suas redes sociais. Nele, o parlamentar eleito pelo Rio Grande do Norte deixa no ar uma desavença interna entre ele e alguns deputados:
“Um deputado federal teve a audácia de mandar eu me calar. Outro disse que não era quartel e que eu não poderia tratar as pessoas, entre os deputados, como se fosse um quartel. Eu falei que se (o PSL) fosse um quartel seria mais ordeiro e organizado. E respeito é uma coisa que não podemos abrir mão nunca”, disse.
O deputado se defendeu e disse que foi suspenso pelo PSL porque cobrou mais transparência, ética e respeito do partido pelo qual foi eleito
– O sistema político brasileiro precisa ser reformulado. Cabe ao Congresso Nacional fazer isso, especialmente nossa missão aqui na Câmara dos Deputados. Estou informando que ontem (terça-feira) chegou uma decisão do PSL me suspendendo por 12 meses aqui dos trabalhos legislativos de comissões aqui na Câmara. Fui suspenso porque questionei a falta de transparência, a falta de ética e a falta de respeito. Estaremos construímos o Aliança pelo Brasil dentro do principio democrático para que esses itens sejam respeitados”, destacou.
Para Girão, mais do que uma punição aos 12 deputados, a decisão prejudica a população brasileira porque é nas comissões que os parlamentares mais atuam para apreciar os projetos que viram lei na Casa.
“Essa decisão é injusta com o povo brasileiro”, afirmou.
Fonte: Rafael Duarte/Saiba Mais
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